Geoturismo no planalto catarinense é tema de pesquisa

21/07/2020 12:44

O estudo Subsídios à criação do Geoparque Pedras Brancas, Planalto Catarinense, Sul do Brasil, tema do trabalho de conclusão de curso em Geologia do geólogo Eduardo Rapanos, integrou dados geológicos e geomorfológicos através da metodologia Geossit, visando identificar, inventariar e quantificar a geodiversidade da localidade das Pedras Brancas no planalto catarinense. O estudo tem como objetivo contribuir com a conservação dos recursos naturais e fomentar o geoturismo na localidade.

Lagos, corredeiras e a “pedra furada” fazem parte do elenco de atrações turísticas reveladas pela riqueza das formas geológicas da região.

A pesquisa identificou seis geossítios em 162 km² localizados próximos a Lages/SC. Os geossítios são áreas bem delimitadas que possuem relevância do ponto de vista científico, turístico e educacional. Eles caracterizam processos que moldaram e moldam a superfície da Terra, identificados a partir de minerais, formas de relevo, estruturas geológicas dentre outros aspectos naturais.

O estudo revelou uma ampla ocorrência de feições relacionadas a unidade geológica conhecida como Formação Botucatu. Esta formação geológica é composta por rochas que se formaram há 150 milhões e constituíam as areias de um extinto deserto, que hoje funciona como o aquífero Guarani. Nos geossítios mapeados é possível se observar estruturas geológicas que remontam a morfologia das dunas do antigo deserto, bem como a interação da rocha com os processos de intemperismo e erosão atuantes no presente. A interação entre a rocha e os agentes geológicos esculpidores da superfície do planeta dão origem a curiosas formas de relevo incluindo cânions, vales, cuestas, cavernas, cachoeiras e corredeiras.

As características da geodiversidade quantificadas pelo aplicativo Geossit revelam a importância geológica nacional, regional e local da localidade no que tange aos monumentos naturais. Foram analisados atributos que valorizam a beleza cênica, a quantidade e qualidade de feições geológicas e sua facilidade de interpretação por diferentes segmentos da sociedade, sua raridade e abundância, seus acessos e proximidades com restaurantes, hotéis e atividades culturais conferiram relevâncias do tipo Internacional e Nacional aos geossítios.

A pesquisa, que contou com apoio do Projeto Rede Guarani/Serra Geral, espera contribuir para o desenvolvimento do geoturismo na região com ênfase no desenvolvimento de roteiros turísticos de contemplação, técnicos, de aventura e pedagógicos, além de estimular uma consciente gestão dos recursos naturais. Assista abaixo o vídeo com a apresentação sobre a pesquisa.

https://youtu.be/a6LI9PkXsjE

Texto: Eduardo Rapanos. Revisão: Arthur Nanni

Tags: geodiversidadegeossítiosgeoturismo

Estudo aponta nova compartimentação do SAIG/SG em Santa Catarina

03/01/2019 19:54

Análise morfométrica a partir das anomalias topográficas em rios principais de SC.

O estudo Blocos hidrogeológicos do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral em Santa Catarina, tema do trabalho de conclusão de curso em geologia da geóloga Leila Amaral, buscou, através de análises morfométricas, estratigráfica e geológicas, melhorar a delimitação de possíveis blocos hidrogeológicos do Sistema Integrado Aquífero Guarani/Serra Geral em Santa Catarina (SAIG/SG). O estudo visa contribuir com a gestão de recursos hídricos, promovida pelo Projeto Rede Guarani/Serra Geral e é uma parceria entre o Laboratório de Hidrogeologia e o Laboratório de Análise Ambiental da UFSC.

Análises morfométricas foram desenvolvidas para determinar as assimetria de bacias, o índice de gradiente, o índice de concentração de rugosidade e de lineamentos estruturais. Uma confrontação entre perfis longitudinais de drenagem e curvas de melhor ajuste foi realizada para os rios principais que ocorrem na área de estudo.

A análise das geomorfoestruturas evidenciou a influência da tectônica na compartimentação hidrogeológica do SAIG/SG, indicando a ocorrência de sistemas de falhas normais marcadas ao longo dos perfis longitudinais de drenagem e por meio de mudanças litológicas, grandes rupturas de declive com valores anômalos do índice de gradiente e mudanças abruptas do índice de concentração de rugosidade.

O estudo conseguiu melhorar as respostas de estruturas geológicas delimitantes de blocos hidrogeológicos no SAIG/SG ora propostas no estudo Geomorfoestruturas e Compartimentação Tectônica do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral no Estado de Santa Catarina, Brasil, realizado em 2015 por Descovi Filho. As investigações e análises seguem em desenvolvimento, pois precisam ser confirmadas ou não em novos estudos de maior detalhamento.

A pesquisa contou com o apoio da Rede Guarani/Serra Geral, um projeto fomentado pela FAPESC, ANA, Caixa Econômica Federal, MCT e CNPq.

Águas do SAIG/SG são estudos de caso em TCCs da Geologia

25/12/2017 00:06

Nos dias 29 e 30 de novembro foram apresentados dois trabalhos de conclusão do curso de Geologia, que são frutos da atividades do LAAm em parceria com a com a Rede Guarani/Serra Geral, Comitê Jacutinga e Laboratório de Hidrogeologia da UFSC.

Mariana Blank apresentando os resultados do estudo.

Mariana Muniz Blank apresentou o estudo de caso Caracterização hidroquímica e estrutural do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral nos municípios de Águas Frias e Quilombo, SC. O estudo destaca o caráter integrado dos sistemas aquíferos Serra Geral e Guarani nesses municípios, onde são evidenciados processos de recarga ascendente e mistura de suas águas, através das características hidroquímicas, da condição potenciométrica local e pela manifestação de surgências espontâneas de águas profundas em superfície. Estas evidências reforçam a necessidade de gestão integrada desse sistema e demonstram a vulnerabilidade do SAIG/SG às atividades de fraturamento hidráulico (fracking), cujos riscos gerados em alta profundidade podem comprometer a qualidade das águas subterrâneas.

Já Ericks Henrique Testa, apresentou os resultados do estudo a respeito da Qualidade das águas subterrâneas de consumo humano nas comunidades rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga, Oeste de Santa Catarina. O estudo diagnosticou a qualidade da águas subterrâneas para consumo humano em poços comunitários da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga, através da elaboração de um Índice de Qualidade das Águas Subterrâneas (IQAS) específico para esta bacia. Com isso, foi possível identificar os poços mais problemáticos e os principais parâmetros limitadores da qualidade de suas águas, oriundos  principalmente de fatores externos, como as altas concentrações de E. coli. Dessa forma, o IQAS mostrou-se uma importante ferramenta de gerenciamento junto ao Comitê do Rio Jacutinga. Além disso, o estudo buscou conhecer a realidade de cada comunidade em relação a outras formas de captação de água, mostrando as potencialidades da região através da utilização de nascentes e da água de chuva como complementação ao abastecimento usual, em um contexto de gestão integrada das águas.

As pesquisas contaram com o apoio da Rede Guarani/Serra Geral, um projeto fomentado pela FAPESC, ANA, Caixa Econômica Federal, MCT e CNPq.

Texto: Mariana Blank e Ericks Testa

Revisão: Arthur Nanni

Tags: frackingfraturamento hidráulicorecarga ascendenteSAGSAIG/SGSASG

Equipe do LAAm amostra águas no oeste catarinense

17/03/2017 23:05
Determinação de parâmetros em campo.

Determinação de parâmetros em campo.

A equipe do LAAm prossegue com as atividades da Meta 1 – Componente 1 do projeto Rede Guarani/Serra Geral. Entre os dias 13 e 15 foi realizada uma campanha de amostragem de águas subterrâneas nos municípios de Águas Frias e Quilombo, situados no oeste catarinense. A atividade contou com a parceria com a AMOSC e EPAGRI e teve como objetivo a coleta de águas de poços tubulares do Sistema Aquífero Integrado Guarani/Serra Geral (SAIG/SG). A região possui fontes com águas sulfurosas que indicam recarga ascendente de águas subterrâneas profundas evidenciando a interconexão entre os aquíferos que constituem o SAIG/SG. A amostras seguem agora para a determinação de parâmetros físico-químicos, com intuito de diagnosticar diferentes tipos de águas, bem como sua proveniência na coluna hidroestratigráfica. A campanha contou com a participação da engenheira química Juliana Guarda do CIDEMA (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Meio Ambiente) e da química Adriana Klock, responsável técnica do laboratório do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da EPAGRI em Chapecó.

Em campo, foram determinados parâmetros como pH, condutividade elétrica e temperatura das águas. Em laboratório serão ainda avaliados cálcio, magnésio, sódio, sulfatos, cloretos, fluoretos e bicarbonatos. Com os resultados, espera-se compreender os processos de interação entre as águas do SAIG/SG na região, utilizando-se como base a evolução hidroquímica e as fácies típicas dos diferentes aquíferos. Os resultados são parte fundamental para o entendimento dos processos de mistura de águas, recargas ascendentes e vulnerabilidade do SAIG/SG. Além de atender ao trabalho de conclusão de curso da graduanda em geologia Mariana Blank os dados irão abastecer a base de informações da Rede Guarani/Serra Geral e servirão também para definir critérios de vulnerabilidade e risco à contaminação vinculados aos aquíferos.

A pesquisa conta com o apoio da Rede Guarani/Serra Geral, um projeto fomentado pela FAPESC, ANA, Caixa Econômica Federal, MCT e CNPq.